Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

GUERRA FRIA

Em minhas andanças pela Internet, descobri no blog da professora Sonia Bertocchi - Lousa Digital http://lousadigital.blogspot.com/2009_08_30_archive.html uma ferramenta onde se pode elaborar uma linha do tempo. Como ela, fiz o meu teste e aprovei. A linha, que fiz, como teste, ainda não está 100%, mas eu chego lá. Para acessar a linha sobre a Guerra Fria e só clicar no link abaixo. Falta aprender a postar no blog.
Espero que gostem.

PRÓXIMA AULA: 03/09/2009

2º Ano
Aula do dia 03 de Setembro de 2009
Depois de um longo tempo, voltamos a indicar os conteúdos, as ativdades que serão trabalhadas na aula seguinte.
Roteiro de Aula:
1º Correção dos exercícios da aula anterior (7h 30 min às 8h);
2º (8h às 12h 50 min). Nos tempos restantes, trabalharemos em grupo, onde cada grupo deverá elaborar um quadro resumo sobre os conflitos que ocorreram durante o período conhecido como Guerra Fria.
Assunto: As Revoluções Socialistas e o Processo de Descolonização Africano e Asiático..
Nesta aula nossos objetivos serão: Analisar os diferentes tipos de movimentos de descolonização e suas relações com o contexto internacional e local em que estão inseridos. Descrever o processo de formação da chamadas "Democracias Populares".
Fecharemos a aula com uma atividade para casa.
Obs. Não esqueça do material para o trabalho em sala.
Só para esquentar.
Identifique os dois personagens da charge acima.
Para aprofundar o tema:

Avaliação 3º Bimestre. Colégio Fluminense de Éden

2º Ano
Devido aos problemas causados pela gripe A, nosso processo de avaliação foi alterado. Consequentemente o conteúdo a ser trabalhado no teste do terceiro bimestre.
Os assuntos serão os mesmo do segundo bimestre, dando-se uma maior ênfase, na Crise de 1929 e na República Velha.
Durante a avaliação será cobrado, dos alunos, nas questões a capacidade de:
Identificar causas e consequências de determinado evento histórico;
Interpretar textos;
Analisar e explicar;
Estabelecer relações e diferenças, entre dois ou mais acontecimentos;
Caracterizar.
Fique atento nos verbos de comando das questões.
Bons estudos e uma boa avaliação.
Professor Alexandre.

sábado, 29 de agosto de 2009

Ensino a distância.


O que é a Ideologia?


Por vezes lamenta-se que haja cada vez menos ideologia na política, substituída pelo pragmatismo e pela mera defesa dos interessas próprios – subentendendo-se, portanto, que a ideologia é uma coisa boa.
Muitas outras vezes a palavra é utilizada num sentido claramente negativo, como quando se diz “George Orwell não é um escritor ideológico” ou “O ‘eduquês’ é uma ideologia pedagógica que promove a desigualdade social”.
No primeiro caso considera-se que uma ideologia é um conjunto de ideais e princípios, ou seja, ideias acerca do modo como as coisas deveriam ser, nomeadamente na política. Por exemplo: o socialismo e o liberalismo são ideologias políticas. Dito por outras palavras: “qualquer sistema abrangente de crenças, categorias e maneiras de pensar que possa constituir o fundamento de projetos de ação política e social é uma ideologia: um esquema conceptual com uma aplicação prática.” (Simon Blackburn, Dicionário de Filosofia, Gradiva, Lisboa, 1997, pág. 219.)
No segundo caso considera-se que uma ideologia é um conjunto de preconceitos, de ideias anteriores à experiência e à análise crítica e racional e que, nas palavras de Simon Blackburn, funcionam como “uma espécie de óculos que distorcem e dissimulam” a realidade. Nessa acepção, a ideologia leva a ajustar os fatos à teoria e não a teoria aos fatos, ou seja, é uma maneira de pensar que deturpa e ilude.
Para explicar de modo mais completo a relação entre as duas utilizações da palavra seria necessário invocar as ideias de Karl Marx e de Friedrich Engels. Em vez disso, faço apenas notar que nem sempre é óbvio se estamos perante a ideologia no primeiro ou no segundo sentido.
Sucede por vezes que os adversários de uma ideologia no primeiro sentido (por exemplo, alguns socialistas quando criticam o liberalismo ou alguns liberais quando criticam o socialismo) a tentam reduzir ao segundo sentido (incorrendo por isso na falácia do homem de palha).
Por vezes são os próprios defensores de uma ideologia a fazer essa redução do primeiro ao segundo sentido: agarram-se tão cega e teimosamente aos seus ideais que estes se tornam meros preconceitos - ideias cristalizadas incapazes de explicar o mundo e as suas mudanças, repetidas com convicção e paixão mas de modo acrítico.
Wiley Miller, neste genial cartoon (“A invenção da ideologia”), refere-se claramente à ideologia no segundo sentido. A legenda poderia ser: “A marca segura de ideologia, tanto na ciência e filosofia como na política, é a negação de fatos óbvios.” (Colin McGinn, Como se faz um filósofo, Bizâncio, Lisboa, 2007, pág. 63.)
Agora que, em Portugal, se aproximam dois actos eleitorais bastante importantes, talvez valha a pena pensar na distinção entre a ideologia como conjunto de ideais e princípios e a ideologia como conjunto de preconceitos. Basta folhear os jornais ou ligar a TV para perceber que há muitos fatos óbvios que andam a ser negados. Em nome de elevados ideais e princípios, claro.
Fonte: http://duvida-metodica.blogspot.com/2009/08/o-que-e-ideologia.html

Guerra Fria - Trabalhos

Estou apresentando no Blog os trabalhos, elaborados pelos alunos, do 3° Ano do Ensino Médio do Colégio Fluminense de Éden, sobre a Guerra Fria e os conflitos originários das disputas entre os blocos liderados pelos Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviética, respectivamente capitalistas e socialistas.
A ideia do trabalho é de se elaborar uma síntese do que foi estudado e elaborar a partir de suas leituras um quadro sinóptico, a fim que exercitem sua capacidade de compreensão dos conteúdos estudados e de síntese.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Projeto de Lei propõe que filhos e dependentes de agentes públicos eleitos matriculem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas.

PLS - PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 480 de 2007
Autor: SENADOR - Cristovam Buarque
Ementa:
Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.
Data de apresentação: 16/08/2007
Situação atual:
Local: 18/06/2009 - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
Situação: 17/04/2009 - AGUARDANDO INSTALAÇÃO DA COMISSÃO
http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=82166

No link baixo o projeto completo do Senador Cristovam Buarque.
Acompanhem, opinem, mobilizem-se.
http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/getPDF.asp?t=51480

sábado, 22 de agosto de 2009

Manuel Congo

Algumas vezes, acontecimentos ocorrem ou ocorreram próximos a nós e nem tomamos conhecimento como é o caso da Revolta de Manuel do Congo, que aconteceu na Região de Vassouras, na primeira metade do século XIX.

Fazenda Arcozelo, anteriormente conhecida como fazenda Freguesia. Foto de cerca de 1920. Casa Grande à direita, senzalas e armazéns à esquerda.

Para melhor visualização click, em cima da página.

Manuel Congo
Manoel Congo foi o líder da maior rebelião de escravos que ocorreu na região vale Paraíba do Sul, especificamente em Paty do Alferes, no Rio de Janeiro. Morreu enforcado em 6 de setembro de 1839.
Precedentes
A Região de Vassouras em 1838
Em 1838, o centro da economia nacional passava a ser a região sul fluminense, na qual ocorria um intenso desmatamento de terras e introdução do cultivo do café. Cerca de 70% do café exportado pelo Brasil naquela data era colhido nas terras da Vila de Vassouras que incluíam este atual município, mais os de Mendes, Paty do Alferes, Miguel Pereira e parte de Paracambi. As plantações de café também se expandiam pelos municípios vizinhos de Valença e Paraíba do Sul e já eram o principal sustentáculo econômico do Império do Brasil. Paty do Alferes era a mais rica das freguesias de Vassouras e o local original de colonização da região, já que era o caminho mais antigo entre o porto do Rio de Janeiro e as Minas Gerais.
O intenso crescimento econômico da região causava uma grande necessidade de mão-de-obra escrava que era comprada em outros Estados ou importada da África. Esta foi a época em que o Brasil mais importou escravos da África.
A população da então vila de Vassouras crescia rapidamente com a expansão da lavoura do café, mas a população de escravos era bem superior a de pessoas livres, brancas ou não. Em 1840, Vassouras tinha 20.589 habitantes, dos quais 6.225 livres e 14.333 escravos. Por volta de 1850, a população atingiu 35.000 pessoas (a mesma população do município atual, embora numa área bem menor).
A maior parte dos escravos era constituída por homens jovens nascidos na África. Segundo dados de 1837-1840, cerca de 75% dos escravos da região eram africanos, 68% tinha idade na faixa entre 15 e 40 anos, 73,7% eram homens. Os escravos homens e jovens eram os preferidos pois a maior parte do trabalho consistia em derrubar matas, plantar e capinar, o que requeria grande vigor físico. Entretanto, os escravos africanos eram temidos pela rebeldia ou pouco apreciados por não conheceram ainda a língua, os costumes e a religião da terra.
A Revolta dos Malês ocorrida na Bahia em 1835 espalhou o medo de novas revoltas por todo o Império. Denúncias e boatos de revoltas eram comuns em todo lugar onde havia muitos escravos. Os "pretos minas", nascidos na costa ocidental da África, eram especialmente temidos por seu envolvimento na Revolta dos Malês.
Manuel Congo
Contava-se que Manoel Congo era um negro forte e habilidoso, de pouca fala e sorriso escasso. Como era comum entre os escravos nascidos na África, seu nome era composto por um prenome português associado ao nome de sua "nação" ou região de origem.
Pertencia ao capitão-mor de ordenanças Manuel Francisco Xavier, dono de centenas de escravos e das fazendas Freguesia e Maravilha em Paty do Alferes.
Era ferreiro, ofício que requer treinamento e habilidade, o que certamente lhe dava status superior entre os outros escravos e maior valor econômico perante os senhores. A sociedade da época tinha grande carência de ferreiros e marceneiros, tanto que, em 1832, foi criada em Vassouras a "Sociedade Promotora da Civilização e da Indústria" que, entre outras coisas, treinava os escravos considerados mais hábeis e inteligentes no ofício de ferreiro. Coincidentementemente, na cultura dos Kimbundos, grupo étnico angolano que contribuiu com muitos escravos para a região, o ofício de ferreiro era uma ocupação exclusiva de reis e nobres.
Marianna Crioula
Marianna Crioula era uma escrava, como indica o nome, nascida no Brasil, com cerca de 30 anos na época. Era costureira e mucama (escrava de companhia) de Francisca Elisa Xavier, esposa do capitão-mor Manuel Francisco Xavier. Foi descrita como sendo a "preta de estimação", assim como uma das escravas mais dóceis e confiáveis da sua patroa.
Apesar de ser casada com o escravo José, que trabalhava na lavoura, vivia e dormia na casa-grande, sinal de que tinha privilégios concedidos pelos senhores. Na época, os homens eram cerca de 90% dos escravos traficados da África e cerca de 75% dos escravos que trabalhavam nas fazendas de café, portanto um casal de escravos era raro.
O capitão-mor Manuel Francisco Xavier era um rico proprietário que possuía três fazendas em Paty do Alferes: Freguesia (atual Aldeia de Arcozelo), Maravilha e Santa Tereza, além do sítio da Cachoeira. Manuel Francisco Xavier era casado com Francisca Elisa Xavier, futuramente agraciada com o título de baronesa da Soledade, a primeira do nome.
Manuel Francisco Xavier e esposa
O coronel Francisco Peixoto de Lacerda Vernek, que comandou a repressão da revolta, escreveu na época da perseguição e julgamento, vários memorandos ao presidente da província do Rio de Janeiro. Em um deles, explica as causas da revolta em curso escrevendo: "há muito tempo que se receava o que hoje acontece, por fatos que se têm observado entre esta escravatura" (...) "homens brancos, feitores e capatazes, foram espancados e até assassinados pelos escravos" (...) ""escravos foram castigados até morrer" (...) [ocorrem] "iniqüidades, falta de ordem e falta de pulso". Segundo o coronel Lacerda Vernek, o capitão-mor não sabia tratar seus escravos, sendo às vezes muito leniente, outras extremamente severo.
O inventário dos bens de Manuel Francisco Xavier, feito com sua morte em 1840, dois anos depois da revolta de Manuel Congo, relaciona 449 escravos dos quais 85% eram homens e 80% eram africanos.
Rebelião e fuga
Em 5 de novembro de 1838, o capataz da fazenda Freguesia matou o escravo africano Camilo Sapateiro a tiros quando este ia sem autorização para a fazenda Maravilha. Os escravos tentaram linchar o capataz, mas foram contidos. Nenhuma punição foi dada ao assassino e o clima de revolta se estabeleceu nas senzalas das duas fazendas do capitão-mor Manuel Francisco Xavier.
Por volta da meia-noite, as portas das senzalas da fazenda Freguesia foram arrombadas e um grupo de cerca de 80 negros cruzou correndo o pátio, chamou as escravas domésticas que dormiam no sobrado, arrombou os depósitos e se armou com facões e uma velha garrucha.
Os revoltosos fugiram e se esconderam nas matas da fazenda Santa Catarina, propriedade do capitão Carlos de Miranda Jordão. Na noite seguinte, os revoltosos saíram da mata fora até a fazenda da Maravilha que também pertencia a Manuel Francisco Xavier. Ameaçaram matar o capataz, mas este fugiu para o telhado da casa; espancaram um escravo que não quis participar da revolta; colocaram uma escada na janela da cozinha para que as escravas domésticas que lá dormiam pudessem fugir; abriram as senzalas e chamaram os outros escravos para juntarem-se a eles; arrombaram os depósitos de mantimentos; pegaram os porcos capados que ainda estavam na engorda; e finalmente fugiram com todas ferramentas e mantimentos que puderam carregar. No caminho, o grupo ainda passou pela fazenda Pau Grande, pertencente a Paulo Gomes Ribeiro de Avelar, que ficava perto, onde libertou mais escravos das senzalas. Neste momento, os fugitivos já eram mais de cem, a maior parte armada com facões e outras armas cortantes.
Sabendo dos eventos, vários escravos também fugiram das fazendas São Luís da Boa Vista, Cachoeira, Santa Teresa, Monte Alegre, além de outras não registradas nos documentos históricos. Em torno de 300 a 400 escravos seguiram pelas matas então cerradas da Serra da Estrela, a caminho da Serra da Taquara. Algum planejamento prévio pode ter ocorrido, pois foi rápida a adesão de escravos das outras fazendas e houve pontos de encontros nas matas para os vários grupos.
Manuel Congo foi certamente o principal líder da revolta, e neste momento deve ter se "juntado" com Marianna Crioula, tanto que os dois foram posteriormente delatados como o "rei" e "rainha" do grupo de sublevados. Um escravo tinha a função de "vice-rei"; supõe-se que fosse Epifânio Moçambique, africano da nação Munhambane, escravo da fazenda Pau Grande, mas pode ter sido algum outro que foi morto em combate.
Vários grupos de fugitivos caminhavam pela mata e, no final de cada tarde, montavam um rancho para pernoite. Não é claro que os negros fugidos pretendiam formar um quilombo. Talvez pensassem em voltar, pois a sobrevivência nas matas requer conhecimentos especiais e, como os fatos mostrariam, era forte o poder de retaliação da sociedade escravocrata. Considerando que não houve qualquer violência de centenas de escravos armados com facões contra pessoas brancas, nem que qualquer dano ou prejuízo foi causado a outras propriedades exceto às do capitão-mor Manuel Francisco Xavier, pode-se até supor a fuga poderia ser parte de uma negociação futura por melhores condições de trabalho, algo que não era incomum na época. O que certamente surpreendeu e amedrontou as classes dominantes foi o fato de ter havido uma fuga em massa.
Luta e captura
O capitão-mor Manuel Francisco Xavier, proprietário das fazendas saqueadas e da maioria dos escravos fugitivos, pediu ajuda ao juiz de paz da freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Paty do Alferes, tenente-coronel José Pinheiro de Souza Vernek, porém demonstrando que o fazia com má-vontade. É compreensível pois ele não queria perder escravos em combates; melhor seria se eles voltassem ao trabalho sem ferimentos e do modo mais pacífico possível. Além disto, tinha tido um longo conflito político com o sargento-mór, depois padre, Inácio de Sousa Vernek[1], avõ do juiz de paz José Pinheiro de Souza Vernek e do coronel-chefe da 13ª Legião da Guarda Nacional, Francisco Peixoto de Lacerda Vernek.
Alarmado com a quantidade de fugitivos, o juiz de paz José Pinheiro imediatamente enviou mensagem ao seu primo, o coronel-chefe da 13ª Legião da Guarda Nacional, Francisco Peixoto de Lacerda Vernek, futuro barão de Pati do Alferes, pedindo-lhe providências, em prol "da ordem e do sossego público". A 13ª Legião da Guarda Nacional era sediada em Valença e também mantinha a ordem pública nas vilas de Vassouras e Paraíba do Sul.
As notícias de fuga em massa de escravos geraram pânico entre os fazendeiros da região. Apenas 48 horas após o último incidente, o coronel Lacerda Vernek já havia reunido 160 homens da Guarda Nacional bem armados e prontos para a luta. Ao mesmo tempo, enviou um memorando ao presidente da província do Rio de Janeiro informando-o dos fatos e solicitando auxílio. No mesmo documento, o falastrão coronel Lacerda Vernek enfatizou a motivação das suas tropas escrevendo: "... nesta ocasião dirigi a meus camaradas um discurso, cuja leitura enérgica produziu um efeito admirável, fazendo ressoar por alguns momentos entusiasmados vivas".
A tropa liderada pelo coronel Lacerda Vernek, acompanhado pelo juiz de paz José Pinheiro, reuniu-se na fazenda Maravilha no dia 10 de novembro. No dia seguinte, partiram em perseguição aos escravos revoltosos. A localização das rotas de fuga foi fácil e o avanço foi rápido, pois os fugitivos caminhavam tendo que abrir picadas na densa mata que então existia na região.
Como contou o coronel Lacerda Vernek em um dos seus memorandos, no dia 11 de novembro, às 5 horas da tarde, depois de algumas léguas e horas de busca, "sentimos golpes de machado e falar gente". Haviam descoberto o grupo principal de fugitivos que avançava mais lentamente com crianças, velhos e mulheres. Os fugitivos perceberam que tinham sido alcançados e se preparou para a luta. A tropa avançou angulada como uma cunha e exigiu a rendição de todos. Manoel Congo incitou um ataque. O coronel Lacerda Vernek escreveu que os escravos "fizeram uma linha", e pegaram as armas, "umas de fogo, outras cortantes", e gritaram: "Atira caboclo, atira diabos". "Este insulto foi seguido de uma descarga que matou dois dos nossos e feriu outros dois. Quão caro lhes custou! Vinte e tantos rolaram pelo morro abaixo à nossa primeira descarga, uns mortos e outros gravemente feridos, então se tornou geral o tiroteio, deram cobardemente costas, largando parte das armas; foram perseguidos e espingardeados em retirada e em completa debandada."(...)"Notei que nem um só fez alto quando se mandava parar, sendo preciso espingardeá-los, pelas pernas. Uma crioula de estimação de Dona Francisca Xavier não se entregou senão a cacete, e gritava: morrer sim, entregar não!!!".
Finalmente, os sobreviventes foram cercados e obrigados a se render. Neste único combate foram presos o "rei' Manuel Congo e a "rainha" Mariana Crioula. Os mantimentos e as armas tinham sido abandonados na pressa da fuga pela vida. Outros fugitivos foram capturados nos dias seguintes sem haver combates ou mortes.
Não se conseguiu capturar um grupo de fugitivos comandado por um certo João Angola, que escapou do combate por não ter comparecido ao ponto de encontro com o grupo de Manuel Congo. No dia anterior ao combate final, o grupo de João Angola foi visto tentando assaltar uma fábrica de pólvora da região, mas fugiu em direção à Serra do Couto, próxima à Serra da Estrela.
Vários grupos vagaram pela floresta durante dias até que a fome os obrigou a voltar. Os escravos fugitivos saiam das matas e procuravam uma fazenda próxima a de sua fazenda de origem, cujo proprietário fosse conhecido por tratar bem os escravos. Então pediam a ele que os "apadrinhasse", isto é, que os escoltasse de volta à fazenda de origem, protegendo-os de grupos armados que poderiam encontrar pelo caminho e que solicitasse ao senhores de quem fugiram que os perdoasse pela fuga.
Posteriormente, no dia 14 de novembro, chegou uma tropa de 50 homens do Exército, a Polícia de Niterói, enviada pela presidência da província do Rio de Janeiro. O comando era do jovem general Luís Alves de Lima e Silva, futuro duque de Caxias, que assim, escapou por pouco de macular sua carreira, pois a ordem pública já havia sido restaurada e não era mais necessário perseguir escravos fugitivos.
Apesar de ter havido mais de 300 fugitivos, apenas dezesseis foram levados a julgamento: Manuel Congo, Pedro Dias, Vicente Moçambique, Antônio Magro, Justino Benguela, Belarmino, Miguel Crioulo, Canuto Moçambique, Afonso Angola, Adão Benguela, Marianna Crioula, Rita Crioula, Lourença Crioula, Joanna Mofumbe, Josefa Angola e Emília Conga. Todos eles eram escravos do capitão-mor Manuel Francisco Xavier, que assim foi indiretamente punido pelos outros fazendeiros por não ter controlado seus escravos e, conseqüentemente, ter balançado o frágil equilíbrio social da próspera região. Os escravos pertencentes a outros fazendeiros não foram julgados, inclusive aqueles que tiveram participação importante nos eventos. Por exemplo, o escravo Epifânio Moçambique, que pertencia ao dono da fazenda Pau Grande, foi citado por várias testemunhas como um dos líderes ao lado de Manuel Congo e talvez tenha sido o "vice-rei" da rebelião, porém foi apenas interrogado no processo penal.
Os réus foram conduzidos em ferros para serem julgados em Vassouras, a então vila a que estava subordinada a então freguesia de Paty do Alferes. O povo reuniu-se para assistir à sua chegada. Uma das escravas aprisionadas, talvez Marianna Crioula, gritou que preferia morrer a voltar ao cativeiro, o que causou tumulto na multidão que tentou linchá-la.
Dos dezesseis réus, nove eram homens e sete mulheres, onze eram africanos e cinco eram crioulos, dez eram trabalhadores especializados ou domésticos e apenas dois eram trabalhadores da roça sem especialização. Os trabalhadores especializados eram ferreiros, como Manuel Congo, carpinteiros ou caldeireiros; todas as mulheres eram trabalhadoras domésticas especializadas como lavadeiras, costureiras ou enfermeiras.
Os trabalhadores especializados e doméstico tinham mais prestígio entre os demais escravos e perante os senhores, portanto assumiam mais facilmente as posições de liderança. Além disto tinham maior facilidade de movimentação entre as fazendas, o que facilitava o contato com parceiros e a organização de fugas. Isto posto, é possível que tenham planejado a insurreição e fuga, embora este plano possa ter existido apenas na imaginação de senhores de escravos amedrontados com a recente Revolta dos Malês na Bahia.
Da manhã de 22 de janeiro de 1839 até o dia 31 do mesmo mês, o tribunal se reuniu na Praça da Concórdia, diante da Igreja Matriz da Vila de Vassouras. O julgamento foi presidido pelo juiz interino Inácio Pinheiro de Souza Verneck, irmão do juiz de paz José Pinheiro de Souza Vernek e, portanto, também primo do coronel Lacerda Vernek.
A participação de Mariana Crioula na rebelião causou furor no julgamento, pois ela era "uma crioula de estimação de dona Francisca Xavier" que, como narrou o coronel Lacerda Vernek, só se entregou "a cacete" depois do combate e ainda gritando: "morrer sim, entregar não!!!". Ao ser interrogada, Marianna Crioula tentou disssimular sua participação nos acontecimentos e alegou que fora induzida à fuga, mas os outros réus a delataram como a "rainha" dos revoltosos.
Julgamento e execução
Ao que tudo indica, durante o julgamento decidiu-se não aumentar muito as perdas do capitão-mor Manuel Francisco Xavier, que já tinha perdido sete escravos mortos no combate. Pelo acordo feito, apenas o líder da rebelião seria condenado pela morte em combate dos dois soldados da Guarda Nacional. Todos réus indicaram Manoel Congo como líder do levante que, portanto, foi condenado ao enforcamento.
Outros sete réus foram condenados a "650 açoites a cada um, dados a cinqüenta por dia, na forma da lei", e a "três anos com gonzo de ferro ao pescoço". Adão Benguela foi o único homem totalmente absolvido, apesar de estar tão implicado quanto os outros. A maior surpresa foi a absolvição de Mariana Crioula e todas as mulheres, certamente a pedido de sua proprietária Francisca Elisa Xavier. Entretanto, Mariana Crioula ainda foi obrigada a assistir à execução pública do seu companheiro Manuel Congo.
No dia 4 de setembro de 1839, Manuel Congo subiu ao cadafalso no Largo da Forca em Vassouras para cumprir sua “pena de morte para sempre”, isto é, foi enforcado e ficou sem sepultamento.
Conseqüências
Não há registros exatos de quantos escravos fugiram e quantos retornaram. A maioria dos proprietários alegou que seus escravos retornaram espontaneamente às suas fazendas. Os fazendeiros tinham pesadas custas processuais quando seus escravos eram arrolados em processos como réus ou rebeldes, portanto, às vezes era melhor mentir e aceitar a perda de um escravo foragido. Portanto, vários fugitivos, como o grupo de João Angola, podem ter alcançado a liberdade e, até mesmo, embora não haja fontes históricas, ter formado o lendário Quilombo de Santa Catarina. Certo é que não houve tempo para se formar o Quilombo de Manuel Congo que freqüentemente é citado como verídico.
Apesar de relativamente inócua, a rebelião de Manuel Congo gerou uma grande insegurança entre os fazendeiros da região de Vassouras, Valença e Paraíba do Sul. O clima de medo permaneceu por décadas durante toda a época de apogeu de cultura do café no vale do Paraíba do Sul.
Algumas tentativas de revoltas ainda ocorreram. Em 1847, foi denunciado que um outro ferreiro, o negro livre Estêvão Pimenta, chefiava uma organização secreta que preparava uma revolta para o dia 24 de junho daquele ano. A organização secreta foi infiltrada por seis soldados; Estevão Pimenta e outros foram presos e, talvez por isto, nenhuma revolta ocorreu. Os registros policiais da época afirmaram que a organização secreta denominada Elbanda (talvez, Embanda, sacerdote ou médico em quimbundo) era formada por núcleos clandestinos dirigidos, obrigatoriamente, por escravos ferreiros (como era Manuel Congo) e marceneiros, chamados de Pais-Korongos ou Tatas-Korongos.
O fim do tráfico de escravos da África, que ocorreu com a Lei Eusébio de Queirós, aumentou o preço dos escravos: em 1835 um escravo jovem e de boa saúde custava 375 mil-réis, uma escrava nas mesmas condições de saúde e idade custava 359 mil-réis; em 1855, um escravo custava 1.075 mil0réis, e uma escrava 857 mil-réis. Isto forçou a melhoria do tratamento dos escravos e nenhuma rebelião importante aconteceu na região até a abolição da escravidão em 1888.
Em 1854, dezesseis anos depois da revolta de Manuel Congo, quatro fazendeiros fundaram em Vassouras uma "comissão permanente" para implantação de políticas que afastassem o perigo de sublevações de escravos. O texto de constituição da comissão dizia que "o escravo é o inimigo inconciliável" e "se o receio de uma insurreição geral é talvez ainda remoto, contudo o das insurreições parciais é sempre iminente, com particularidade hoje que as fazendas estão se abastecendo com escravos vindos do Norte, que em todo tempo gozaram de triste celebridade. Ou seja, a imposição forte da Lei Eusébio de Queirós tinha eliminado o tráfico de escravos da Africa, mas o perigo ainda existia quando se traziam escravos da Bahia, onde havia ocorrido a Revolta dos Malês.
A "comissão permanente" recomendou aos fazendeiros vários procedimentos de prevenção de revoltas: manter armas prontas para serem usadas; manter uma polícia vigilante; prender os escravos de noite em senzalas fechadas; impedir a comunicação entre escravos de diferentes fazendas; permitir danças e folguedos, pois "quem se diverte não conspira"; incentivar as práticas do Catolicismo, pois "a religião é um freio e ensina a resignação". Finalmente propunha a introdução de colonos europeus em quantidades calculadas de acordo com a quantidade de escravos existente em cada fazenda, pois o trabalhador branco seria sempre "um braço amigo, um companheiro de armas, com cuja lealdade se pode contar na ocasião da luta: os interesses são comuns".
Locais Históricos
A fazenda Freguesia, onde se iniciou a revolta, é atualmente o centro cultural Aldeia de Arcozelo em Paty do Alferes, o maior em área da América Latina. A antiga capela da casa grande foi consagrada à memória dos escravos condenados pela rebelião. Na sua frente estão escritos os nomes de Manuel Congo e dos outros escravos julgados pela revolta, porém os nomes de mais de vinte escravos mortos no combate foram esquecidos pois não foram registrados nos processos penais.
O Largo da Forca, onde foi executado Manuel Congo, é o atual Largo da Pedreira em Vassouras. Neste local foi construído, em 1996, o Memorial de Manuel Congo
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Congo

A República de Manhuaçu

A república silenciada
Historiador mineiro lança livro sobre a República de Manhuaçu, criada no final do século XIX em Minas Gerais.

Adriano Belisário

Enquanto o centenário de Euclides da Cunha direciona as atenções para a Guerra de Canudos, outro movimento contemporâneo contra a república brasileira está preste a ser popularizado através do livro ‘A República do Silêncio - Manifestações do poder local no leste de Minas’. Escrita pelo historiador Flávio Matheus dos Santos, a obra aborda a trajetória da República de Manhuaçu, proclamada em 1896 em uma das maiores cidades de Minas Gerais na época.
Prefeito de São Lourenço do Manhuaçu desde 1892, o coronel Serafim Tibúrcio da Costa perdeu o cargo após disputar a reeleição com o padre Odorico Dolabela. Acusando fraudes, Tibúrcio levou o caso ao governador mineiro Crispim Jaques, que lhe negou apoio. A recusa fez o coronel recrutar alguns homens e expulsar da cidade os representantes oficiais. Estava criada a República de Manhuaçu. “Foram 22 dias deste governo. Tibúrcio tinha ideais republicanas. Ele fez esse movimento na base da euforia com cerca de 400 moradores e outros jagunços da região”, explica Flávio.
Apesar de ter durado pouco, a República chegou a ter moeda própria e venceu três investidas do governo local. Foi preciso que o presidente Prudente de Morais mobilizasse as tropas federais para pôr fim aos planos de Serafim Tibúrcio. Com a cidade cercada, o coronel foi dissuadido e rumou em direção às matas do Espírito Santo ao lado de alguns companheiros. No entanto, segundo Flávio Matheus, os impactos do levante perduraram: - Estou pesquisando as hipóteses de as transferências da capital do estado de Ouro Preto para Belo Horizonte em 1898 e de 17 municípios do Espírito Santo para Minas se relacionarem com o a República de Manhuaçu.
Durante a pesquisa de Flávio, a escassez de referências foi compensada pelo envolvimento pessoal com o episódio histórico. “Sou tetraneto do coronel João do Calhau de Ipanema, que apoiou Tibúrcio. Fiz os estudos usando basicamente registros orais e notícias de jornais da época. Essa história repercutiu em muitas famílias, mas as pessoas ficaram inibidas de falar com medo de atingir certas pessoas que estavam no poder. O livro se chama ‘República do Silêncio’ por isto”, explica.A obra tem como base a dissertação de mestrado de Flávio Matheus. O lançamento está previsto para setembro pela Editora do Centro Universitário de Caratinga. Também está sendo preparado um documentário sobre o tema, ainda em fase de captação de recursos. A expectativa de Flávio é que venham à tona novas visões sobre a região: - A cidade de Afonso Cláudio, no Espírito Santo, também teve uma experiência semelhante. O caso de Manhuaçu ajuda a explicar muito da política do leste mineiro naquela época. A República de Manhuaçu é apenas a ponta do iceberg.

Para saber mais:
O poder local em minas gerais (1877 – 1896). E a inusitada experiência da “república Manhuassu” (10/05/1896 – 03/06/1896). In: Revista Discente do Programa de Mestrado da Universidade Severino Sombra. pp.37 à 42
Fonte: http://www.uss.br/web/arquivos/caminhos2007-Vol3-N2.pdf Acesso:22/08/2009

"Cada um na sua lei: tolerância religiosa e salvação no mundo atlântico ibérico"

Comentários sobre o novo livro de Stuart Schwartz
"Cada um na sua lei: tolerância religiosa e salvação no mundo atlântico ibérico" (Edusc & Companhia das Letras, 2009)
"Schwartz demonstra, de forma eloquente e convincente, uma narrativa harmoniosa que é ao mesmo tempo emocionante e esclarecedora. "Cada um na sua lei" deve provar ser uma contribuição muito importante para a nossa compreensão das crenças religiosas, passado e presente. " Carlos Eire" Livros & Cultura " (11/01/2008) - Este texto refere-se à edição Paperback.
"Neste soberbo e surpreendente livro original, Stuart Schwartz levanta uma tese audaciosa de que é certo excitar a atenção e controvérsia” Felipe Fernandez-Armesto, Tufts University (Felipe Fernández-Armesto 2009/03/15).
"Não são muitas histórias acadêmicas que fazem você rir em voz alta. Schwartz mostra pessoas comuns usando vulgaridade e humor para convencer inquisidores de que sexo entre pessoas solteiras não era pecado, e que todos os crentes sinceros (muçulmanos, cristãos, protestantes) seriam salvos, embora soubessem que tal provocação normalmente conduzia a castigos selvagens. Este é um livro que você deve ler." Geoffrey Parker, autor de The Grand Strategy of Philip II (Geoffrey Parker).
"Stuart Schwartz amplia o caminho para a tolerância religiosa com fascinantes exemplos novos, a partir de Portugal, Espanha e suas colônias americanas. Comerciantes, agricultores e escravos argumentam um relativismo prático tão independente quanto qualquer estudioso radical. Um importante livro para compreender o que leva as pessoas a aceitarem a diferença, e uma fonte de esperança para o nosso próprio tempo”. Natalie Zemon Davis, autora de Trickster Travels: A Sixteenth-Century Muslim Between Worlds (Natalie Zemon Davis).
"Schwartz, um ilustre historiador do Brasil colonial e da América Latina, escreveu um trabalho fascinante e provocador que representa muitos anos de exaustiva pesquisa através de registros inquisitórios em ambos os lados do Atlântico... Temos um trabalho que vai se tornar rapidamente um clássico." - Sara T. Nalle, Renaissance Quarterly.
"... Este livro deverá desencadear uma maior reavaliação de atitudes populares para com a religião, não somente no Atlântico Ibérico, mas também em outros cantos do início do mundo moderno." Liam Brockey Mateus, Jornal da Interdisciplinary History.

Tolerância revelada
Em novo livro, Stuart Schwartz afirma que houve tolerância religiosa no mundo ibérico mesmo em meio às fogueiras da Inquisição. Em entrevista exclusiva, ele fala sobre a obra e seus novos projetos.
Ao contrário do que se pensa, a Inquisição não transformou em cinza todo pluralismo religioso da época e, mesmo sob o risco da fogueira, a tolerância sobreviveu nos países ibéricos e colônias além-mar. Em seu novo livro, ‘Cada um na sua lei’, o historiador norte-americano Stuart B. Schwartz pretende reparar esta injustiça utilizando não o pensamento de nomes iluminados, mas a despercebida vida cotidiana dos anônimos da época.A obra chega ao Brasil já premiada. No ano passado, por conta do livro, Stuart recebeu o importante prêmio Cundill, um dos mais importantes do mundo na área de História. Publicada pela Companhia das Letras, a edição em português será lançada no dia 17 em São Paulo e dia 19 em Salvador (2009).
O problema da salvação das almas era tão importante durante a Idade Média que foi criada uma ciência para tratar do tema. A soteriologia mobilizou teólogos por anos. Alguns mais ousados desafiavam os dogmas católicos com interpretações consideradas heréticas, como a teoria da apocatástase defendida pelo escritor Orígenes de Alexandria (185-254). Segundo ele, a natureza misericordiosa de Deus redimiria os pecados e salvaria a todos no final dos tempos.Apesar de rejeitada pela Igreja, posições como a de Orígenes contaminaram boa parte da opinião pública europeia durante séculos. Por se ater pouco à vida das pessoas comuns, Schwartz acredita que a historiografia acabou menosprezando a existência de sentimentos de tolerância que se faziam presentes mesmo em uma época na qual predominava a ortodoxia católica
Seja pelo recorte das fontes ou por ir na contramão de interpretações historiográficas tradicionais, ‘Cada um na sua lei’ se propõe a superar clichês. "Lutero, Spinoza e Locke são interessantes não porque eram iguais a todos os outros e sim porque eram diferentes, e porque a individualidade e a capacidade pessoal deles em criar e representar ideias vieram a imprimir suas marcas no curso da história. Quero conceder esse mesmo privilégio às pessoas desconhecidas que aparecem nestas páginas", escreve o autor no prefácio de sua mais nova obra. Na entrevista abaixo, Schwartz comenta sobre o livro, seus projetos futuros e as pesquisas sobre o Brasil no exterior.
– A salvação ainda é uma questão nos dias atuais ou vivemos sob o domínio de uma espécie de teoria da apocatástase?
O pensamento da salvação não domina mais por conta de uma secularização do mundo moderno, mas permanece sendo assunto de interesse para um grande segmento da população mundial. O senso comum desenvolveu um relativismo e a crença de que o bem pode ser encontrado em muitas fé. Isto foi mais ou menos a posição do Vaticano II, mas o debate teológico continua aberto. A liberdade de consciência religiosa se tornou uma questão de “direitos humanos” mais do que de “tolerância” de um sofrimento com algo desagradável. Esta é a maior mudança do século XX.
– Quais as relações entre os interesses mercantis de uma globalização incipiente e a tolerância pregada pelo humanismo renascentista?
Os avanços do século XVII com os judeus representaram uma influência de interesses econômicos em certa medida. Certamente a globalização da economia mundial facilita o intercâmbio cultural e vice-versa, mas é muito difícil ver se estas relações e atitudes são profundas e duradouras ou facilmente alteradas com as mudanças econômicas e políticas. Por outro lado, aqueles que se são contra a globalização por vezes encontram na oposição religiosa uma ferramenta útil, procurando na pureza religiosa um modo de resistir à integração global.
– Qual a influência do historiador britânico Henry Kamen neste livro?
Kamen tem encorajado meu projeto, apesar de discordarmos em vários aspectos. No passado, ele defendeu sozinho certa tolerância na sociedade hispânica e tem enfatizado a dissidência que sempre existiu. Mas ele também tende a diminuir os aspectos mais autoritários do mundo hispânico. Eu o admiro extremamente sua produtividade e sobretudo sua contribuição para a historiografia hispânica, mas acredito que o impacto da repressão foi maior do que ele acredita.
– Em uma entrevista, o senhor afirmou que "não faz sentido mais separar, pelo lugar de nascimento, a maneira de um estudioso ver a história". Por que deixou de fazer sentido falar em 'brasilianistas'?
Existem brasileiros, brasilianistas e até brasileiros brasilianistas (aqueles formados na Europa ou Estados Unidos), como Fernando Novais costumava dizer. O que foi Peter Eisenberg? O que é Michael Hall e Robert Slenes? E Roberto DaMatta? Neste mundo transglobal, o rótulo de brasilianista (um estrangeiro que estuda sobre Brasil) faz cada vez menos sentido. Isso não significa que não subsistam diferenças culturais de percepção e interpretação, mas simpatia e conhecimento muitas vezes podem superar a origem nacional.
– As discussões sobre raça continuam atraindo os maiores interesses norte-americanos sobre a cultura brasileira?
Raça e escravidão continuam sendo importantes, mas os temas mudaram para enfatizar mais as continuidades, identidades e a persistência das culturas africanas. Por exemplo, há o excelente trabalho de Marina de Mello e Souza, Mariza de Carvalho Soares, Paul Lovejoy e John Thornton, especialistas na África que têm se interessado no Brasil. E estudiosos como João Reis continuaram a produzir trabalhos de alta qualidade nesta área, que reflete a concentração em novos temas.
– Em outra entrevista à Revista de História, o senhor disse que o historiador Thomas Skidmore tinha razão quando afirmou que certa geração de estudantes norte-americanos eram "os afilhados de Fidel". Como soa a frase duas décadas depois da queda do muro de Berlim?
Skidmore disse que minha geração de especialistas na América Latina eram "afilhados de Fidel" porque, depois de 1959, o governo dos Estados Unidos percebeu que a compreensão da América Latina era muito limitada. Então, criou bolsas para estudo de línguas, entre outras coisas. Por exemplo, o português na década de 60 foi considerado uma "linguagem crítica" e seu estudo foi incentivado. Mas se os EUA pensava que o apoio formaria uma geração que beneficiaria sua própria política, ficou logo óbvio que muitas das críticas mais severas ao governo vieram destes "afilhados".
Vejamos o caso de Bradford Burns na Universidade da California (UCLA). Ele escreveu um livro sobre Barão do Rio Branco e se tornou um líder na crítica da intervenção dos Estados Unidos na América Central durante os anos 80, de modo tão franco que o presidente Reagan se pronunciou publicamente para denunciá-lo. Ou Ralph Della Cava, autor de um livro sobre Padre Cícero, que escreveu um relatório sobre a tortura no Brasil durante o governo militar que levou a muitas críticas à política de apoio dos EUA àquele regime autoritário.
– Como analisa a recente guinada à esquerda do continente latino-americano?
Eu não sou especialista na América Latina contemporânea, mas tenho opiniões. Claramente, a preocupação norte-americana com o Oriente Médio tem beneficiado o ressurgimento da esquerda latino-americana. Sem recursos para intervir e frente aos novos desafios econômicos, os políticos dos Estados Unidos testemunharam o retorno à democracia e, às vezes, aos governos populistas em todo continente. Todos os tipos de governo de esquerda estão representados. Daqueles orientados ao trabalho, como no Brasil e Argentina, passando pela étnica-nacionalista na Bolívia e os esquerdistas pragmáticos do Chile, até os teólogos da libertação no Paraguai e, como Greg Grandin recentemente escreveu, os utópicos na Venezuela e talvez Cuba.O incrível neste desejo de uma reforma econômica e social e a rejeição do capitalismo desenfreado, que fez muito pior em desigualdade social nos anos 80 e 90, é sua força, apesar de toda violência e pressão econômica para colocar a América Latina em direção ao neoliberalismo. O estilo de Chávez e sua retórica me lembram os anos 60. Eu não gosto de "continuísmo" sob qualquer forma, mas a Venezuela tem tido uma excelente taxa de crescimento, ele diminuiu o desemprego e sondagens mostram que ele tem o apoio da maioria da população. Quaisquer que sejam seus defeitos, após a história eleitoral recente e a violação de direitos civis em nosso próprio país, americanos como eu poderiam ser mais relutantes em criticar outras nações nestes assuntos.
- A qual projeto está se dedicando atualmente?
Dou aulas em Yale. Meu curso sobre o Brasil, "500 anos de amanhãs", continua a chamar atenção e muitos alunos vão visitar o país, estudar português e até mesmo se mudar para o Brasil. Mas atualmente estou trabalhando em dois grandes projetos. Um é um estudo da separação de Portugal da Espanha e do papel emergente do Brasil no mundo atlântico entre 1580 e 1680. O outro é uma história social dos furacões caribenhos e como as sociedades respondem às catástrofes naturais. Estes dois devem me manter ocupado por algum tempo. Mas coisas novas estão sempre próximas. Em 1798, quando Napoleão invadiu o Egito, agentes franceses tentaram estimular uma revolta na Bahia (a Revolta dos Alfaiates) e também uma na Irlanda, ao mesmo tempo em que a revolução haitiana foi progredindo. Estou pensando em um livro curto chamado "1798", que une tudo isso em conjunto como parte de uma história atlântica da revolução.
- Há previsão de lançamento dos dois livros mais adiantados?
Os dois projetos estão ainda em fase de pesquisa, embora tenha artigos publicados recentemente nos dois tópicos. Estou animado por ambos e, enquanto a História continuar me entusiasmando, quero continuar como historiador.
DADOS DO PRODUTO
TÍTULO: CADA UM NA SUA LEI
ISBN: 9788535914993
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura Formato: 14 x 21 488 págs.
ANO EDIÇÃO: 2009
VALOR APROXIMADO: R$ 50,00

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

1ª Olimpíada Nacional de História

Para os alunos que desejam participar da 1ª Olimpíada Nacional de História. Essa é a primeira parte da pré-seleção.
As respostas deverão ser enviadas por e-mail até o dia 25/08.
“As manchetes dos jornais do mundo estão cheias de palavras conhecidas: AlQaeda, Iraque, Kosovo, Ruanda, gulag, globalização e terrorismo. Elas lembram imagens instantâneas aos leitores, e essas imagens foram cri a das para nós por nossos líderes políticos e pelos comentaristas do cenário mundial. Para muitos, o mundo de hoje é uma luta entre as forças do bem e do mal. E todos nós de seja mos estar do lado do bem. Apesar de eventualmente debatermos a sabedoria de certas políticas para combater o mal, tendemos a não ter dúvidas de que é preciso combatê-lo e, com frequência, não temos nenhuma dúvida quanto a quem e o que o encarna”
(WALLERSTEIN, Immanuel. A política do universalismo hoje em dia. In: O universalismo europeu. A retórica do poder. São Paulo: Boitempo, 2007, p.25).
“Immanuel Wallerstein destaca-se como um dos maiores críticos da globalização capita lista e da política internacional dos Estados Unidos, ao lado de intelectuais como Noam Chomsky e Pierre Bourdieu. Sustenta, com razão, que a história do sistema capitalista mundial moderno tem sido, em grande parte, a história da expansão dos povos e dos Estados europeus pelo restante do planeta, por meio da conquista militar, exploração econômica e injustiças em massa, sob o argumento de que tal expansão disseminou ou
dissemina ‘algo invariavelmente chama do de civilização, crescimento e desenvolvimento econômico ou progresso’”
(MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto. Apresentação. In: WALLERSTEIN, I. Op.cit.).
É bem sabido que o período pós-Segunda Guerra Mundial inaugura uma longa fase na qual se consolida a hegemonia dos Estados Unidos no concerto político e econômico internacional. As disputas que foram protagoniza das por este país e pela União Soviética (hoje extinta) foram responsáveis, em grande medida, por múltiplas situações de tensão político-militar nas décadas que se seguiram ao desfecho do maior conflito arma do internacional de que a história teve notícia. A desestruturação da União Soviética, a partir da segunda metade dos anos 1980, e, com ela, a perda de sentido da “bipolaridade” (EUA x URSS), tão presente durante o período da “Guerra Fria”, acarretou uma nova configuração das forças políticas, econômicas e militares a partir da última década do século XX. Para alguns intérpretes dos acontecimentos, estava decretado o “fim das ideologias”, e a oposição entre “capitalismo” e “socialismo”, que tanto as motivou para estes críticos, perdia completamente o sentido.

Tendo em vista este amplo cenário histórico da contemporaneidade, que se inicia em 1945 e se desenrola até os dias de hoje, e os seus conhecimentos sobre o período, responda às questões abaixo.
a) Cite e comente pelo menos duas diferentes maneiras pelas quais se manifestou o fenômeno da “Guerra Fria”.
b) Com a desestruturação do “Império Soviético” (URSS), no final dos anos 1980 e no início dos anos 1990, quais foram os desdobramentos dessa cri se para a região do Leste Europeu, agora fragmentado? Como se organizaram os Estados pós-comunistas desde a última década do século XX?
c) Que argumentos podem ser apresentados para sustentar a idéia de que a hegemonia dos Estados Unidos sofre, hoje, uma crise sem precedentes? Cite dois sinais que ajudam a confirmar essa hipótese.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

1ª Olimpíada Nacional de História

Para os alunos que desejam participar da 1ª Olimpíada Nacional de História. Essa é a segunda parte da pré-seleção.
As respostas deverão ser enviadas por e-mail até o dia 25/08.
Crises do Sistema Capitalista
Leia as avaliações abaixo, que foram feitas por importantes intelectuais nacionais e estrangeiros, acerca da crise financeira e econômica vivida pelo sistema capitalista mundial nos dias de hoje.
“Já faz alguns anos que os Estados Unidos vêm perdendo sua posição hegemônica dentro da economia global. Eles perderam sua dominância na manufatura nas décadas de 70 e 80, e agora estão perdendo sua dominância nas finanças, bem como sua influência política e autoridade moral (que estão sendo parcialmente recuperadas agora, pela eleição de Obama). A única coisa que restou é o poder militar, e ele é limitado em terra, como vemos no Iraque e no Afeganistão.”
(David Harvey, in: IHU On-Line, n. 287, São Leopoldo, 30 de março de 2009, p. 6.)
“A redução da atividade econômica, promovida pela crise, oferece uma espécie de trégua na guerra que o capital trava contra a preservação da natureza. Pode ser uma tré gua, mas jamais a paz. Como uma parte não desprezível da humanidade ainda carece de meios para satisfazer suas necessidades essenciais, um modo de produção que vise ao bem-estar de todos não pode abrir mão do crescimento econômico.”
(Paul Singer, in: IHU On-Line, n. 287, São Leopoldo, 30 de março de 2009, p. 8.)
“Nos países emergentes, a situação é muito variável. Nações com um forte mercado interno e uma boa balança comercial podem dirigir o crescimento das exportações aos consumos privados, mas principalmente públicos.”
(Mario Deaglio, in: IHU On-Line, n. 287, São Leopoldo, 30 de março de 2009, p. 14.)
“A crise atual, apesar de suas especificidades e gravidade, não nos ensina nada do que já não sabíamos há muito tempo. O capitalismo é essencialmente um sistema irracional, instável e injusto.”
(Reinaldo Gonçalves, in: IHU On-Line, n. 287, São Leopol do, 30 de março de 2009, p.20)

A partir da leitura das opiniões acima, sobre a crise que o Capitalismo vem sofrendo neste início do século XXI, e de seus conhecimentos sobre a história do século XX, responda às questões abaixo formuladas:
a) Comparando a crise econômica e financeira atual com a crise que abalou profundamente o capitalismo no final dos anos vinte do século passado (“Crise de 1929”), cite três diferenças significativas entre a circunstância atual e aquele momento da história, especialmente para os Estados Unidos.
b) Cite três ações que o atual governo do Presidente Lula implementou como decorrência da crise internacional e que têm por objetivo diminuir o impacto da crise na economia e na sociedade brasileira.
c) Que motivações (cite pelo menos duas) podem ser elencadas para o desencadeamento da crise
Literatura e crise.
– (...) A dificuldade da situação está em que esta nova estrutura da indústria se baseia num estímulo permanente do desejo de mais, mais, mais coisas. Enquanto o povo responder ao estímulo que a propaganda incessante e habilíssima organizou, a indústria crescerá, as empresas distribuirão dividendos, suas ações se conservarão em alta na Bolsa. O consumo intensíssimo constitui o alicerce da prosperidade. No dia, porém, em que o eretismo do consumo fraquejar, teremos uma crise catastrófica, de proporções jamais imaginadas.
– Poderá fraquejar? perguntei especulativamente, porque não via nenhum sintoma disso.
– Acho que vai fraquejar, que é fatal a crise. O ímpeto do “mais” deu no excessivo. O mal-estar por excesso de coisas, que você sente, todos acabarão sentindo. Tudo cansa, até ter.
O que estamos assistindo na América de após-guerra é uma verdadeira bacanal de consumo. Pura orgia. A liquidação do próprio homem elevada à categoria de ciência é sereia que tem conseguido manter em estado de frenesi a ânsia de adquirir coisas, úteis ou inúteis, boas ou más, desejadas realmente ou compradas por arrastamento. Vejo, entretanto, um ponto perigoso no sistema. O povo já está comprando a crédito, já está sacando sobre o futuro. O operário que adquire uma geladeira para pagar em vinte meses, está usando, como se fosse dinheiro, a probabilidade de manter-se no gozo daquele salário durante vinte meses. Venha uma perturbação econômica qualquer, tenha esse operário o seu ganho diminuído ou suprimido – e desabará sobre a América um cataclisma econômico de proporções únicas, capaz de refletir-se desastrosamente no mundo inteiro.
(LOBATO, José Bento Monteiro. América, 6 ed. São Paulo: Brasiliense, 1955.)



JOSÉ
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade
Com base nos textos e em seus conhecimentos, responda ao que se pede:
a) Os três textos (a charge, o trecho do livro de Monteiro Lobato e o poema de Carlos Drummond de Andrade) abordam o mesmo tema, a crise, seja ela econômica, social ou pessoal. Cite duas diferenças e uma semelhança entre esses textos.
Um abraço e boa avaliação.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O DESPREZO DO ESTADO COM A EDUCAÇÃO NO RIO DE JANEIRO

Reajuste de R$ 100 para os servidores da Educação
Estado incorpora parte do Nova Escola aos salários básicos de toda a categoria, a partir de outubro. Projeto de lei diminui, de 12% para 7,5%, diferença salarial entre níveis
POR ALESSANDRA HORTO, RIO DE JANEIRO
Rio - Todos os 165.152 servidores ativos, inativos e pensionistas da Secretaria Estadual de Educação, incluindo o pessoal de apoio, vão receber, em outubro, R$ 100 de aumento no vencimento básico. É a primeira parcela da gratificação Nova Escola, que será incorporada ao salário de outubro, pago em novembro. O acréscimo será concedido, inclusive, aos 18.131 professores Docente I, referência 3, que estão no início da carreira e não tinham direito ao benefício.
A etapa deste ano representa aumento que varia de 6,59% (Professor Docente I, Ciep 40 horas) a 31,68% (Níveis Médio e Fundamental do pessoal de apoio). Para o magistério, o aumento do vencimento básico fica entre 8,34% (referência 9) a 20,65% (referência 1). Com 16,5% para a referência 3.
Até 2015, ano da última parcela anual da incorporação do Nova Escola, que também será concedida no mês de outubro, o maior ganho acumulado será de 89,88% para Docente II, referência 1, e para Docente II, 40 horas. Professores do topo da carreira, ou seja, referência 9, são os que terão o menor reajuste até 2015, com 36,77%.
A íntegra do projeto de lei foi apresentada ontem, no Palácio Guanabara, pelos secretários estaduais da Casa Civil, Régis Fichtner, de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, e de Educação, Tereza Porto. O texto da proposta determina a diminuição de 12% para 7,5% do reajuste concedido aos professores que sobem um nível de referência, a cada cinco anos de carreira (interstício).
Também extingue o cargo de Professor Docente II (1º ciclo do Ensino Fundamental), que passa a se chamar, após a aprovação da lei, Quadro Especial Complementar da Secretaria de Educação. O governo defende que não haverá prejuízo aos vencimentos e benefícios.
Críticas de professores
As principais lideranças dos profissionais de Educação ficaram descontentes com o projeto de lei. Dizem que o fim do interstício de 12% vai achatar salários. “Eles não estão cumprindo o nosso plano de carreira, que é uma das principais vitórias da classe. O aumento final, em 2015, é muito aquém das nossas necessidades”, queixa-se Maria Beatriz Lugão, diretora do Sepe (Sindicatos Estadual dos Profissionais de Educação).Presidente da Uppe-Sindicato, Teresinha Machado da Silva também criticou: “Os professores acreditavam que a promessa de recuperação das perdas salariais do magistério, nos últimos 10 anos, fosse ser cumprida no atual mandato, e não transferida a sucessores”.
Incorporação substitui reajuste
O secretário estadual da Casa Civil, Régis Fichtner, confirmou ontem que o aumento salarial deste ano para os servidores da Educação será a primeira parcela da incorporação do Nova Escola. Para os próximos anos, o governo deverá manter a prática: “Provavelmente, como os ganhos são grandes, será o reajuste concedido para as categorias durante esse período”.
O projeto também institui o pagamento de R$ 300, a partir de outubro, para os 465 inspetores de administração escolar. Os professores poderão ter direito ao Adicional de Qualificação, para mestres e doutores, em áreas regulamentadas pela Educação. A gratificação será paga aos aposentados e pensionistas que comprovarem titularidade. O valor começará a valer a partir da data de início do processo.

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/economia/html/2009/8/reajuste_de_r_100_para_os_servidores_da_educacao_30252.html

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

DESCOBRIMENTO DO BRASIL

COLÉGIO ESTADUAL RUBENS FARRULLA
Atividade para o 1º Ano.
Hoje a Internet é uma excelente ferramenta de trabalho, não só para os professores como também para os alunos.
Existe na rede, uma infinidade de sites, blogs, fóruns, salas de bate-papo e uma infinidade de outros recursos, que podem e devem ser utilizados para fins didáticos.
E nessa atividade, sobre o Descobrimento do Brasil, utilizaremos o fórum da rede social, o Ning, do Café História.
E o que é isso? O Ning é uma plataforma on-line que permite a criação de redes sociais individualizadas. Cada usuário pode criar a sua própria rede social e aderir a redes de usuários que partilhem os mesmos interesses. Ao contrário de redes generalistas como o Hi5 ou Facebook, que condicionam a rede social à interação pessoal, o Ning permite o compartilhamento de interesses específicos.
A nossa atividade consistirá em visitar essa rede, mas especificamente o fórum sobre o “Descobrimento” do Brasil e após analisar a principal questão e as que vieram posteriormente, isto é, as respostas dadas, elaborarmos as nossas próprias respostas e comentá-las no nosso blog, permitindo assim ampliar as discussões, mas agora dentro do âmbito da turma.
A questão principal é a que foi postada, na rede, pela professora Sonia Regina Lomardo no 22 abril 2009.
“Gostaria de colocar o tema: Portugal descobriu o Brasil ou tomou o país de seus legítimos donos que foram usurpados, maltratados, escravizados? Uma terra só é descoberta quando é inabitada, como se fora uma casa. Uma casa com moradores jamais poderá ser invadida por quem quer que seja...e assim foi com o Brasil. Se nesta terra havia habitantes como outro país se arvora há 500 anos como "descobridor"? Que comemoração deve ser feita no dia de hoje?Ou seria lamentação?”
A página do site é: http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/o-descobrimento-do-brasil
Agora, juntamente com as reflexões que foram respondidas e/ou colocadas sobre o tema, façam as suas e respondam nos comentários, até os dias: 21 (Turmas: 1001 e 1002) e 22 (Turmas: 1003 e 1004) de setembro.
Valor 2 pontos.
Um grande abraço.
NÃO DEIXEM DE PARTICIPAR E BOM TRABALHO.

GUERRA FRIA

O MUNDO CONTEMPORÂNEO
A GUERRA FRIA
Abaixo se encontra o caminho para uma aula de revisão sobre a Guerra Fria e que se tem acesso na página do Curso Anglo - em tempo, agradeço ao Colégio Curso Anglo, pela utilização do seu material. A tele-aula é uma palestra do Professor Gian, a quem também agradeço.
1º Passo: acessar a página principal do Anglo, no caso, do Anglo de Araraquara;
2º Passo: clicar no lado direito do seu vídeo o link - Aulas On-line - História ao vivo;
3º Passo: no alto da tela, clicar no link ANTERIORES;
4º Passo: Localizar. NOVO ENEM - Guerra Fria.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Estado edita regras para migração de professores
A cada três anos haverá concurso interno para transferências. Novas movimentações só ocorrerão quando houver falta de pessoal
POR TAMARA MENEZES, RIO DE JANEIRO
Rio - A rede estadual de ensino agora tem regras claras para orientar transferências de docentes. A resolução foi publicada pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) no Diário Oficial. As mudanças feitas até agora se tornam definitivas e novas migrações só poderão ocorrer se houver falta de pessoal em alguma unidade. Também a partir de agora, fica determinada a realização, a cada três anos, de concurso para remoção — mudança de unidade por seleção ou permuta.Quem trocar de lotação terá de ficar no destino, no mínimo, por um ano. E professores que estiverem em sala de aula só podem mudar no fim do período letivo. Já os dispensados de cargos de confiança e em comissão terão liberdade para escolher nova lotação.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Guerra do Bárbaros

Assunto: Expansão Territorial
Subtema: Conflitos coloniais.
Animação elaborada pelo Governo do Estado do Ceará, sobre a Guerra dos Bárbaros.


O que foi a Guerra dos Bárbaros?
“Conflito entre Tapuias e colonos no interior do Nordeste, entre fins do século XVII e inícios do século XVIII. De origem tupi, a denominação Tapuia se referia a vários grupos que não possuíam uma unidade linguística e cultural, distinguindo-se por serem inimigos dos Tupis. Parte significativa dos Tapuias se radicara no interior, antes mesmo da chegada dos portugueses, enquanto o litoral estava, predominantemente, sob o controle dos Tupis. (...)
A Guerra dos Bárbaros foi o confronto entre os lusos-brasileiros e as comunidades tapuias, no momento da expansão colonial em direção ao interior do nordeste. A ocupação desses sertões, desde a Bahia ao Maranhão, ganhou incentivo a partir do Período Filipino e se intensificou depois da ocupação holandesa. A Guerra movida contra os Tapuias do sertão envolvia tanto a expansão da pecuária quanto a distribuição de sesmarias na região, considerando que a instabilidade do setor açucareiro e a descoberta das minas incentivaram a criação de gado. (...)”
Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808)Dir. Ronaldo Vainfas. Ed Objetiva, Rio de Janeiro, RJ, p. 269.

Como pesquisar no Google.

Para facilitar a sua vida na escola e na vida.

Fonte: http://miriamsalles.info/wp/?tag=material-didatico&paged=6

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Outro exemplo de parceria entre as histórias em quadrinhos e o ensino. Nessa "história" podemos trabalhar, por exemplo, a sociedade hierarquizada européia